Noutro dia, numa aula de escrita, ouvi uma observação muito curiosa.
O tema era o que as pessoas realmente gostavam de ler, a intriga e o volte-face.
E um dos exemplos dados foi o seguinte: “quando o Sócrates foi à Venezuela, nos jornais, só se lia que ele tinha fumado no avião. Ninguém quis saber nada sobre os acordos que ele foi lá fazer que, à partida, seriam muito mais benéficos para o país e para as pessoas...”
É verdade... triste, mas verdade!
Eu quero lá saber se o Sócrates fuma no avião, se tem namorada ou se está a fazer dieta! Interessa-me muito mais se ele me conseguir baixar o preço dos combustíveis lá com o seu amigo Chávez. Ou que consiga que empresas portuguesas entrem no mercado sul-americano. A mim, isso interessa muito mais.
As pessoas não querem saber se os nossos actos são benéficos. Só querem saber se estávamos bem vestidos, se sorrimos convenientemente ou se metemos o pé na poça. As pessoas dizem mal, porque gostam de dizer mal. E só isso interessa. Gostam de se queixar, mas não se esforçam por mudar. Querem apenas dizer mal e embirrar só porque sim! Têm cabeças pequenas e elas próprias são muito pequenas, quase insignificantes. Tão insignificantes, desinteressantes e mesquinhas, que precisam dos percalços dos outros para se sentirem melhores.
E, infelizmente, esta mentalidade imbecil prejudica-nos muito mais do que possamos supor. Põe em causa a nossa evolução. Não é à toa que passamos a vida “na cauda da Europa”. Não se pode culpar sempre as pessoas que estão à frente dos desígnios do país. Corruptos, existem em todos os países. Favorecimentos, em todas as autarquias de todo o mundo. Então, porque será que nós é que estamos sempre atrás?
Será que algum dia teremos a grandiosidade de assumir culpas? Ou será que nos achamos todos donos da razão e da moral, não abrindo nunca excepções?
A reflectir, se for caso disso...
Há uns anitos atrás, o JFK voltou-se para a população com a mensagem “Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós. Perguntem o que podem fazer pelo vosso país”. Apelou ao espírito de missão dos americanos. E eles corresponderam. Esqueceram que não podiam estar sempre a exigir, tinham também de dar sem que ninguém lhes tivesse de pedir. Depois, foi assassinado...
As crises - sejam elas sociais, económicas, financeiras ou de valores - deveriam servir para que as pessoas olhassem para dentro delas e pensassem: será que eu podia ser melhor? Será que há pessoas que, para além de mim, possam também ter razão?
Mas a mesquinhez das pessoas pequenas não nos deixa sequer o benefício da dúvida.
Espero que, pelo menos, consigam dormir descansadas...
TNT
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