Não quero com este post armar-me aos cucos mas sinto-me injustiçada...
Aparentemente farto-me de publicar verdades absolutas que são encaradas como loucuras e devaneios de uma gaja a chegar aos 40, com a mania que é moderna. Ora quando me refiro a verdades absolutas, quero com isto dizer, que depois de publicar algumas das minhas dissertações, sobejamente criticadas e refutadas de forma muitas vezes implacável, vêm pensadores e líderes de opinião com as mesmas teorias e toda a gente aplaude.
Ora bem... por esta ordem de ideias eu também devia ter um tacho qualquer, num qualquer canal de televisão e quem sabe, se assim não seria levada mais a sério!
Passo a exemplificar e a provar a razão de me sentir injustiçada: em Fevereiro deste ano, neste mesmo blog, falei de uma questão que me incomodava nos espaços públicos da mesma forma que o fumo incomoda. Disse que deviam haver
zonas interditas a crianças, da mesma forma como existem espaços interditos a fumadores, uma vez que, as primeiras podem ser tão ou mais incomodativas que os segundos. Os comentários que recebi publicamente até foram de alguma solidariedade e simpatia. Porém, quem se escusou a comentar publicamente, olhava-me de soslaio como se eu tivesse uma daquelas doenças manhosas altamente contagiosas e contraídas em ambientes fétidos e viciosos, apenas frequentados por “gente da minha laia”!
Passados alguns meses, o ilustre Miguel Sousa Tavares fala desta mesma questão, faz exactamente a mesma comparação no espaço semanal da TVI e creio que numa crónica algures, e não se falava noutra coisa! Que realmente ele tinha razão, que era precisa coragem para dizer uma coisa daquelas, que homens destes já não há, etc...
Hum...
No final de Abril, aquando do aniversário do Interno Feminino e na minha ode ao sexo masculino, refiro que o essencial nas qualidades do homem era o seu desempenho sexual e a sua capacidade para me fazer rir.
Os comentários a que fui sujeita... que o que eu queria era isto e aquilo (se quiserem dar-se ao trabalho de ler,
aqui está). De cabra insensível a frívola, de ridícula a redutora, passaram vários mimos deste género por aquelas páginas. O que me valeu é que era o aniversário e apesar de tudo, os moçoilos não quiseram ser muito mauzinhos... e claro, a moderação de comentários!
Ontem no programa de rádio do Júlio Machado Vaz com Ana Mesquita e sob a égide do tema felicidade, o guru das relações e da plenitude, revela que a essência da felicidade dos tempos modernos, reside precisamente no sexo e no riso... Desmistificada a origem da felicidade só me apetece é dizer: olha que m**da! Isso sei eu! Mas o que se passa é que é preciso é ser dito por “alguém importante” para as pessoas acreditarem...
Ora agora digam-me lá, se não tenho razão em sentir-me injustiçada...?!
TNT
Às vezes gostava de ter uma relação mediana.
Daquelas que toda a gente tem.
Sem muitas alegrias. Sem muitas tristezas.
Apenas mediana.
Tranquila.
Sem stress.
Igual a toda a gente.
Pouco ambiciosa. Rotineira. Previsível.
Sem surpresas. Nem boas, nem más.
Apenas mediana.
Para ser medianamente feliz apenas .
Para ser apenas medianamente infeliz.
Para ser mediana.
Como toda a gente...
TNT