Quarta-feira, 26 de Março de 2008
Ao ver a SIC Mulher reparo que em todos os intervalos comerciais a profusão de anúncios a detergentes é escandalosa. Em vários intervalos seguidos, apenas um anúncio não era de detergentes, mas de um shampoo...
Será que todas as pessoas que vêem a SIC Mulher se interessam assim tanto pela lavagem da roupa, pelo detergente que substitui 50 para a limpeza imaculada da cozinha e casa-de-banho, do milagre anti-gordura que apenas com uma gota acaba com as impurezas da loiça, ou das pastilhas que com poderes divinos recuperam excepcionalmente o brilho do cristal?
Será que os programas de media dos publicitários ou centrais de compras estão desta forma programados? Assim que se coloca a palavra mulher, esta é transformada em mil e um detergentes e um shampoo? Será assim tão limitada e redutora a visão dos iluminados da publicidade? Ou será que o papel da mulher se resume a ser uma fantástica fada do lar?
Ainda que o canal seja destinado a mulheres, todos sabemos que há milhares de homens a paparem a Oprah, o Dr. Phil ou o Querido Mudei a Casa. E mesmo que a maior percentagem seja de mulheres, não haverá outros produtos de igual interesse ao dos detergentes? Não haverá produtos tipicamente femininos para além dos milagres anti-gordura? Não haverá cremes, livros, filmes, até pensos higiénicos, obviamente destinados ao público feminino? Não haverá um raio de uma mulher informática a programar o raio dos programas de atribuição de publicidade?
Será que os crânios da publicidade julgam as mulheres como lavadeiras imparáveis? Será que é por causa disso que a maioria deles são divorciados, não sem antes terem levado com um valente par na testa?
Enfim... algumas matérias para reflectir...
Se alguém souber responder a estas questões do foro comercial-feminino-publicitário-etc, não se acanhe! Porque a mim, a coisa causa-me cá um nervoso miudinho que não vos digo nada!
TNT
Sábado, 8 de Março de 2008
Estou farta da conversa em torno dos professores... e agora apetece-me desabafar um bocadinho. Provavelmente vou ferir algumas susceptibilidades, mas o que seria da vida sem emoção?
Os professores têm um ministério a trabalhar para eles que lhes arranja e garante emprego até à idade da reforma. Eu não!
Os professores, para além do ministério garantido, têm ainda sindicatos que os protegem com unhas e dentes de toda e qualquer eventualidade, a não ser que se droguem na sala de aula ou abusem sexualmente dos alunos nas instalações escolares. Eu não!
E para completar o quadro, ainda têm associações formadas com o objectivo de os alertar para as injustiças a que são sujeitos. Eu não!
Os professores não querem ser avaliados da forma como o ministério entende. Não sei se já referi, mas é o dito ministério que lhes arranjou e lhes mantém o posto de trabalho.
Ah , ok... já tinha referido...
Não concordo com o sistema de avaliação. Acho que os professores devem ser sujeitos a auditorias exteriores exercidas por entidades privadas e sem a menor contemplação. Nada de graxas, nada de antiguidades. Apenas competência e mérito...
Hum, isto assim torna-se mais complicado, não é?
Todos nós passámos por professores desmotivadores que até nos convenceram que éramos maus naquela dita cadeira. Pois é... o Einstein também chumbou a matemática. Seria culpa dele ou do quadrúpede do professor?
Nunca trabalhei para o Estado e o único vínculo que tenho com esta entidade, é fiscal. Ou seja, pago os ordenados dos professores, e já agora também pago os dos polícias destacados para servirem de babás aos ditos. E dos que andaram a fazer interrogatórios manhosos nas escolas. Não há telefones ou mails? Não sabem que quem trata dos assuntos dos professores são os sindicatos? Eles têm, obviamente, mais que fazer... iam agora preocupar-se com essas coisas, quando têm um serviço de secretariado?
Que me lembre, nunca vi os professores satisfeitos com o ministério da altura. Os ministérios são sempre uns déspotas, uns fascistas, uns prepotentes. E os professores são sempre uns desgraçados, uns incompreendidos, umas vítimas do sistema.
Se calhar, se experimentassem trabalhar no sector privado sem ministérios a arranjar-lhes emprego mal saem da faculdade, sem sindicatos para os protegerem das horas a mais, e sem associações para os alertarem para os “síndromas calimeros”, talvez se dedicassem mais à causa.... que isto a vida não está para graças! E muito menos para perder sábados em manifestações.
Sábado, vou passá-lo a trabalhar. E nem quero pensar em sair de casa. Porque vou ter 40.000 inúteis a passearem-se nas ruas da minha cidade, vindos de todo o país, a entupir o trânsito, gritando palavras de ordem...
A meu ver falta-lhes brio profissional, espírito de missão e um valor essencial: gratidão. O emprego deve ser visto como um privilégio e não como um dado adquirido.
E meus caros “setôres”, quem está mal, muda-se! Nunca ouviram dizer...? (perguntem aos vossos colegas da disciplina de Português)
TNT