Esta coisa do casamento homossexual baralha-me um bocadinho. E não é só por ser entre pessoas do mesmo sexo. É mais o próprio casamento que me baralha.
Neste país de brandos costumes não há fim-de-semana que não sejamos acordados pelo som hediondo das buzinas que teimam em festejar o enlace de dois seres. E, para mim, não se põe o problema de ser entre dois homens, duas mulheres, um homem e uma mulher, uma mulher e um grand danois, um homem e um hamster.
O que realmente me perturba é gente que quer casar. E também me aborrece um bocadinho os nossos políticos, a quem pagamos os ordenados, investirem tempo nestas coisas da legislação do casamento homossexual. É que legislar casamentos cheira a naftalina que ferve!
Os homossexuais só querem casar porque não podem! Porque se pudessem - e se soubessem como é - fugiam do número de circo a sete pés. Com plumas e lantejoulas, mas fugiam.
As pessoas querem este assunto debatido e, de repente, os políticos que nunca tinham pensado nisto, são obrigados a fazê-lo. Oh, meus senhores… não se pode fazer tudo o que o povo quer! Até porque o povo não sabe o que quer, na maioria das vezes.
O povo precisa de orientação. O povo precisa de dinheiro. O povo precisa de ópio seja de que forma for. O que o povo não precisa é de casar.
TNT
Num dos meus já famosos e inflamados discursos patrióticos alguém comenta: eh pá tu devias escrever um manifesto sobre a alma e genialidade portuguesas.
Nem a propósito, parece que o Mundo das Mulheres vai ter um programa subordinado ao tema “Genialidade Portuguesa” na próxima sexta-feira. Não sei se é só para fêmeas ou se também inclui o macho lusitano. Para quem tem Meo é pôr já a gravar. Para quem não tem, azarito. Venham as VHS!
Este é um tema que, para quem foi emigrante como moi même, toca muito especialmente. Eu adorava ouvi-los dizer que se tivessem vários candidatos para uma função, com a mesma experiência profissional optavam sempre pelos portugueses. Porque estes tinham um je ne sais quoi (leia-se famoso desenrascanço tuga) que em momentos de crise, a solução arranjada por este nobre povo era sempre a mais viável e simples de aplicar.
A única coisa que lamento profundamente é que esta genialidade só seja evidente “lá fora”. Parece que enquanto estamos por cá temos mais tendência para nos queixarmos e encostarmos. Agora ando fã da Elvira Fortunato. Fico muito orgulhosa por pertencer à mesma nação valente que esta senhora. Já não me orgulho tanto quando vejo toda a gente a lamentar-se.
Em tempos de crise e entalados pelos “nuestros hermanos” decidimos ir laurear a pevide para outras paragens. Agora estamos outra vez em crise. Será que conseguimos provar novamente que somos mesmo bons? Neste momento já andamos a vender energia aos americanos... e esta hein? Será que vamos voltar a ser donos de meio mundo? Não era nada mau, pois não? É que o irritante da história é que podemos fazê-lo, mas não queremos...
Elevemos a alma portuguesa, porque o Quinto Império continua à nossa espera! Nós é que não podemos esperar mais...
No Quinto Império que sonhou,
sonhava o homem lusitano à medida do mundo.
E foi ele o pioneiro.
Original no ser universal...
Misto de génio, mago e aventureiro.
Miguel Torga, in Poemas Ibéricos
TNT
- Oh darling, I’m such a bitch...
- I know… that’s why I simply adore you.
- Hummm… how irresistibly flirtaceous. Let’s role play then. Shall I be your nurse?
- Ohhhhhh, I’m feeling so enormously sick.
- Let me check your temperature… Hum, quite high… Allow me to undress your shirt. Only to make sure…
- You’re right. You’re such a bitch. But I simply adore you, what can I do?
TNT
Tenho um amigo que vive nos EUA há uma série de tempo. Para mais de 20 anos. Como já vive há mais tempo nos EUA do que viveu cá – embora continue a falar correctamente português sem qualquer sotaque – está distante da realidade e “aventuras na república portuguesa” como diria esse monstro da literatura que eu muito aprecio.
Uma das coisas que ele nota no nosso comportamento e que diz que é recorrente é a expressão: “Eh pá… isso é muito complicado”. Diz ele que é uma das frases que mais ouve e estranha em Portugal.
E se repararmos bem, podemos verificar que ele está coberto de razão. A complicação está de pedra e cal e instituiu-se de uma forma quase absurda. Tudo é uma complicação. Tudo é difícil de resolver. Qualquer processo é estupidamente burocrático. Mas será que a realidade é mesmo esta ou a complicação alojou-se na cabeça das pessoas? Se dissermos que é difícil e complicado, será que esperamos que nos dêem mais valor por termos conseguido alcançar um objectivo ou ultrapassar um desafio?
A verdade é que a vida se tem vindo a simplificar. Tudo caminha para isso. Creio que as pessoas é que insistem em manter-se no mar da complicação para, na sua avaliação diária, como seres humanos, profissionais e emocionais, andarem sempre entre os 16 e os 20 valores. Porque ninguém suporta um 9 ou um 10 na sua própria avaliação.
A maioria das pessoas centra-se nos problemas em vez de se centrar nas soluções. Os problemas suscitam interesse, cusquice, vitimização, pena. E parece que o português típico gosta destas coisas.
As soluções dão trabalho, mas a verdade é que dão muito menos trabalho que a obsessão pelos problemas. Consomem menos, causam menos rugas e sobra-nos tempo precioso para todas as coisas que gostamos de fazer, mas para as quais “nunca temos tempo”…
TNT
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