Quem me lê, já sabe que embirro com paizinhos que exibem fotos das suas criancinhas na Internet. Acho uma enorme falta de justiça, cuidado, sensatez, coerência e afins. Mas este, é um assunto que falei várias vezes e não vale a pena estar sempre a tocar na mesma tecla, principalmente, para quem é surdo.
Nas redes sociais, as pessoas tendem a contar todos os passos das suas vidas e das vidas dos seus rebentos com as devidas imagens que ilustram a festa de aniversário da Carminho, a primeira comunhão da Ritinha ou, quiçá, a perda de virgindade da Joaninha.
Frequentemente, vemos crianças – principalmente meninas – feias como a noite (daquelas noites mesmo feiosas) com os comentários (irónicos?) “As minhas princesas lindas”; “Lindas como a mãe” (pobre mãe… esperemos que tenha uma grande personalidade!) ou ainda; “A melhor coisa que já fiz na vida” (esperemos que não trabalhe em belas-artes).
Até acredito que as criancinhas tenham piada e sejam encantadoras, mas tenham paciência… lindas é que não são! E até pode haver alguma alma caridosa que diga que a beleza é subjectiva. Ok, é verdade! Mas estas almas caridosas tendem a comentar as fotos com expressões do estilo “Coitadinha… é tão engraçada” ou “É muito alegre, tem muita vida, coitadinha!”.
Porém, há pouco tempo, vi um paizinho orgulhoso com a fotografia da cria feia como a noite, com o seguinte comentário: “A minha princesa”. Eis senão quando, uma das amigas virtuais acrescenta “Que linda! Parecida com a mãe…”. Até aqui a coisa até parecia estar a correr bem para a criança que, obviamente, ainda não sabe ler nem escrever e por isso também não se poderá defender dos disparates dos pais e respectivos amigos. Mas o pai babado tratou disso e respondeu “Achas?? Não é nada! Se fosse parecida com a mãe era muito mais bonita!”
Ora aqui está um homem com um sentido estético apurado e uma sensibilidade de rinoceronte. Eu até percebo que a sua filha fosse a sua princesa. Ele até tinha a noção de que a filha era feia que nem trovões. Mas porquê estar a expor tudo isto?
Só espero é que na altura em que estas crianças tenham idade para mexer em computadores, estes registos já sejam obsoletos e inatingíveis. Porque, para além de verem as pobres figuras que foram obrigadas a fazer para milhões de pessoas verem e comentarem, ainda vão perceber que os pais – que viam como heróis – eram, afinal, uns grandes mentirosos!
TNT
Irrita-me solenemente a carneirada em que este Portugal se tornou. Se há alguém que diz alguma coisa, o povinho tende a ir todo atrás.
Há uns dias, enviaram-me uma “causa” para eu aderir no Facebook. A "causa" era política e fui verificar os contornos da dita. Vi quem já tinha assinado e que, por este motivo, assumo que estivessem de acordo. Ao ler os pontos que justificavam tamanha e ilustre adesão, dou por mim a pensar que estaria a ser mais loira que o costume, pois estava plenamente convencida que as coisas não se tinham passado assim. Como não sou propriamente uma expert política, vá de pesquisar pela net fora para ver se era eu que estava enganada. Depois de várias voltas, vi que era a tal “causa” que partia de premissas erradas.
Com pinças e subtileza que, de resto, são meu apanágio, decidi confrontar o autor da “causa” e perguntar-lhe afinal o que é que o caso Moderna tinha que ver com o Sócrates. Se bem me lembrava, o caso Moderna tinha um político envolvido, sim senhor, mas não era o senhor do Freeport.
O autor lá me deu razão, agradeceu a chamada de atenção e corrigiu o erro. O que me baralhou foi ver a quantidade de ilustres jornalistas e experts políticos da nossa praça que tinham aderido a uma causa falsa e ninguém tinha dado pelo erro gritante. Ou seja, o nosso jornalismo e análise política está nas mãos de umas “marias-que-vão-com-as-outras” e que se insurgem contra as coisas, sem sequer se darem ao trabalho de ler/pesquisar/verificar o que lhes é dado a saber numa rede social com milhões de utilizadores. E isto preocupa-me…
Que haja tretas na blogosfera, ainda como. Que haja jornalistas que vão nestas tretas, é que já não quero comer. E com esta dieta me fico!
TNT
Na minha quase ofegante busca por respostas sobre o comportamento masculino, observo as criaturas Y com aspirações científicas. Em vão. Quando acho que começo a chegar a alguma conclusão útil, eis que o universo masculino me prega mais uma partida.
Ao percorrer as páginas do “Pesquisa Sentimental” apercebo-me que está tudo ali. De repente, fez-se luz. Finalmente uma abordagem coerente e iluminada. Não, os homens não são todos iguais. Os homens que pensam, são iguais nas suas dúvidas e nas suas angústias. Não percebem é o seu novo papel. Não conseguiram digeri-lo ainda. Não sabem quem são. E a culpa é, claramente, das mulheres. Que evoluíram, as grande rameiras…!
“O problema é que as mulheres já não são o que eram; e nós continuamos na mesma. – Gil às vezes fica pensativo, filosófico.” Sem dizer, diz tudo. O Gil é o elemento que equilibra. Entre os dramas e a quase tóxica necessidade de compreender de Alexandre e as pérolas limitadas de Artur, Gil é o fio-de-prumo.
Artur é o idiota que ainda não percebeu que as mulheres mudaram. O papel da mulher é absolutamente limitado pelas suas próprias limitações masculinas. Aliás, um gajo que diz - “Vais largar a tua mulher por causa duma gaja que te faz um broche, mal te conhece? (…) Não te percebo. Tens uma mulher impecável. E depois tens as gajas. Não há nada de mal nisso. Sempre foi assim, sempre há-de ser.” – será digno de salvação dos seus demónios?
O “Pesquisa Sentimental” tem sido uma viagem salivante pela mente masculina. Não que eu não soubesse já algumas das verdades lidas. A questão é que finalmente foram verbalizadas por um homem. Finalmente, houve um homem que se chegou à frente.
E tenho a sorte e o privilégio de ele fazer parte da minha vida. Obrigada Zé…
TNT
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