Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009

É deus subornável?

De acordo com a Nespresso, deus é subornável, sim senhor.
Para quem ainda não viu o anúncio, a trama é qualquer coisa como isto: George Clooney acaba de comprar a sua máquina Nespresso. Ao sair da loja, cai-lhe um piano em cima – muito comum nos dias que correm – e em seguida depara-se com deus, magistralmente interpretado por John Malkovich. George Clooney riposta ao dizer que acha que a hora dele ainda não chegou e deus diz que se pode arranjar qualquer coisa, olhando babadamente para a máquina de café. Na cena seguinte George Clooney está vivinho junto à loja e sem a bendita máquina.

E quem diz máquinas de café, também diz quilos de robalos. Mas deixemos estes assuntos para depois, se bem que podemos aferir que deus podia ser perfeitamente ministro de um qualquer governo português ou, ainda, administrador do BPN.

Não sou crente. Em qualquer religião. Nem tampouco sou crente em quem crê. (Chiça, que aliteração!) Conheço muito boa gente que vai a Fátima e reza todos os dias e que depois rouba em lojas, engana a mulher e outro tipo de transgressões aos mandamentos e pecados instituídos.

Porém, há religiões mais ‘honestas’ que outras. Sabe-se logo ao que se vai. As IURD e afins são disso exemplo. Prometem um pedacinho de céu. Em contrapartida, paga-se. Em dinheiro. Cash. Pilim. Massa. Guito. É fácil: paga-se e tem-se um pedacinho de céu.

Com outras religiões mais conservadoras - onde não se canta, não se bate palmas ou se atiram para o chão em êxtase – e menos abertamente mercantilistas, a coisa é mais complicada. Nunca se sabe muito bem como é que vai ser. Para se ter a tal horta no céu tem de haver arrependimento dos pecados. E esse arrependimento tem de ser explicitado aos senhores de batina. Não há confissão, não há salvação.

E quem é que na verdade se arrepende realmente dos seus pecados? Deves!

Cada vez que se lembram dos óculos Prada que gamaram no El Corte Inglés que eram tão caros e dão tanto jeito… ou dos orgasmos que têm quando pulam a cerca… de repente, não me parece que o sentimento mais predominante seja o arrependimento, mas…

Em épocas de Natal não faz bem nem mal pensar um bocadinho no que andamos a fazer na vida. Porém, há pessoas que não sendo crentes, nem sabendo onde são as igrejas, pegam numa carrada de anjinhos do Exército de Salvação e decidem dar do seu bolso presentes a quem não os iria ter.

E é neste tipo de fé que me apraz acreditar.
 

publicado por TNT às 14:53
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