Comer uma bola de Berlim na praia tem um sabor especial. Não me lembro de comer bolas de Berlim a não ser na praia. Gordurosas, cheias de creme e quentes. Vá-se lá saber porque sabem melhor. Sabem e pronto.
Hoje, numa praia do Algarve, oiço o tradicional pregão “Olhá boliiinha!”. Vá de saltar prontamente, agarrar a carteira e precipitar-me sobre o baú dos tesouros engordurados onde se lia ‘bolas de Berlim’ e, para inglês ver, ‘fresh donuts’. Ao entregar-me a bola, vejo que não tem creme. Sem creme? Como assim, sem creme?
Pois, parece que as bolas de Berlim da praia já não têm creme. Ora metade do gozo de comer uma bola de Berlim na praia é o risco de apanhar uma camada mortal de salmonelas. É aquela adrenalina de quem salta de um precipício de asa delta. É aquela deliciosa incerteza, é um ‘nunca se sabe’. E se se estiver no Algarve, o risco é ainda maior.
Toda a gente sabe que se entra no hospital de Faro com uma constipaçãozita e sai-se numa carrinha da Servilusa. O que fará com uma intoxicação alimentar? Nem os tipos do Jackass entram numa destas.
Só gente verdadeiramente temerária é que se arrisca a comer uma bola de Berlim cheia de creme nas praias do Algarve. E, agora, acabou. Raios partam os tipos da ASAE…
Alguns iluminados da nossa praça têm manifestado um prazer quase suspeito em relação à mais nova rede social do Google. Se sempre achei que a masturbação era um acto solitário, começo a ponderar mudar a minha opinião. Aparentemente, o G+ tem servido de masturbatório colectivo para aqueles que, em grupos muito restritos, falam de assuntos muito seus.
Gostam do G+ por ser aberto, livre e não compartimentado. Falam de uma liberdade desejada, porém, curiosamente, fecham-se em círculos. Ou em copas. Gostam porque não tem ‘povo’, não tem jogos, não tem desabafos. Ainda bem que gostam. Já os senhores do Google, que investiram pipas de massa nesta rede, não devem achar tanta graça. Suponho que se faz uma rede para se ter o maior número possível de utilizadores. Digo eu, que sou loira. Uma rede como o G+, que sirva só para meia dúzia de iluminados, parece-me um desperdício de recursos. Não creio que tenha sido essa a intenção.
Comparar o Facebook com o G+ é como comparar um concerto dos Xutos a uma ‘instalação’ na Gulbenkian. Ambos são bons à sua maneira, mas ao primeiro vão os avós, os pais, os filhos e os netos. À segunda vão três pessoas. Provavelmente, todas da mesma idade, com os mesmos gostos, vestidas da mesma maneira e com frases feitas todas iguais.
Se no Twitter vivem os chamados líderes de opinião – políticos, jornalistas, bloggers – no G+ começam a viver os geeks. Ou wannabes. Não posso afirmar com convicção o grau de geekness de cada um, uma vez que tenho a entrada vedada ao masturbatório. Mas como os vejo e oiço (e me maço) todos os dias ao vivo e a cores, tenho cá as minhas suspeitas sobre o tipo de partilhas.
Ainda bem que o Google investiu algumas centenas de milhares de dólares para estes garotos poderem conversar uns com os outros. Também têm direito à vida. Mesmo que grande parte deles não saiba sequer o que é esta coisa da ‘vida’.
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