Estava no El Corte Inglés em plena quadra natalícia, na zona de restauração a papar qualquer coisinha quando passa um casal com uma criança de uns dois anos e outra num carrinho de bebé, que insistia teimosamente em não passar pela minha mesa, encalhando com as rodas nos pés da mesma. Pimba, cacetada na mesa, pimba cacetada na cadeira. A criança do carrinho desata aos berros, a criança a pé, aos berros desata.
Olho para a frente e dou de caras com o aviso “Zona de Não Fumadores”. Um dístico verde bandeira com as letras brancas e a sinalética de proibição a vermelho. Começo a imaginar um outro dístico que deveria estar em alguns locais, a bem da sanidade mental da maioria dos adultos: “Zona Interdita a Crianças”.
Como o ‘politicamente/socialmente/whatever correcto’ está visceralmente introduzido nas nossas vidinhas plásticas do civilizadamente correcto século XXI, parece mal dizer estas coisas em público. No entanto, e porque sou uma desbocada, estou tentada a fundar um movimento de restrição a crianças menores de, sei lá, 12 anos (?) em alguns locais.
Vejamos: o que pode incomodar mais? Um tipo a fumar-nos para cima enquanto saboreamos a sandocha ou uma criança aos berros e a espalhar Milupa por todo o lado? É quantificável? Dependerá das situações – quantidade/proximidade da emissão de fumos versus o volume decibélico/quantidade de Milupa espalhada – mas temos de convir, que no mínimo é tão ou mais incómodo que o fumador.
E se existem zonas que nos protegem dos fumadores, porque não existirão zonas que nos protejam de outros agentes nocivos à nossa saúde mental? Sei que os sinceros não vão opinar porque parece mal, sei que os outros todos terão uma palavra a dizer. Contra... claro!
Mas a mim, para ser completamente honesta, parece-me que até os próprios pais das criancinhas barulhentas e insuportáveis, dariam graças por haver espaços children free... Para um time outzito.
Deviam haver restaurantes ou zonas de restaurantes interditas a crianças. Nos supermercados, nem vê-las. Ou então estabeleciam-se uns horários, tipo recolha obrigatória. A partir de certa hora não poderiam haver crianças espalhadas por aí.
Era muito mais justo para todos: fumadores, não fumadores, procriadores, não procriadores. Todos diferentes, todos iguais...
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