Já passou uma semana, já estou mais calma, já posso falar nisto.
Os tempos que passei lá fora a lutar pela vida com uma garrafa de Macieira – mentira, eu bebo vodka, desculpem – tornaram-me mais patriota. Sempre defendi o meu país de uma forma quase encantatória. Quem não era português até ficava com vontade de o ser.
Na quinta-feira passada tive vergonha de ser portuguesa. Tive vergonha do meu país. Tive vergonha dos portugueses.
O governo deu tolerância de ponto. Mal, no meu ponto de vista. O fim-de-semana já era suficientemente grande, não havia necessidade de mais uma tarde. E os portugueses que bramam diariamente contra o governo, Sócrates, políticos, política, deputados e tudo o que possa representar os poderes instituídos, alaram com uma pinta que era vê-los em filinha a caminho dos Allgarves.
Se protestam tanto contra as medidas do governo, deviam ter ficado a trabalhar. Isso sim, era uma estalada na corja!
Mas que raio de gente é esta? Acham que os protestos se devem ficar pelo Facebook? Pois, um clique aqui e uma petição ali é fácil, não é?
Tolerância de ponto não significa feriado. Não é obrigatoriedade de não se pôr os cotos no emprego. Tolerância de ponto significa não se ser penalizado, caso não se vá trabalhar.
Se TODOS tivessem ficado nos seus postos de trabalho mostravam aos governantes de que massa se faz um português. Era um protesto à séria, um exemplo de integridade e consciência da situação do país. Era um grito de revolta. Era um alerta vermelho para os senhores do FMI que vão decidir os nossos desígnios nos próximos anos. Era como afirmar ‘Nós não somos quem nos governa. Somos melhores’.
Mas na realidade não somos. Nós somos quem nos governa. Somos iguais. E temos aquilo que merecemos. Nem mais, nem menos.
De pensorapido a 28 de Abril de 2011 às 00:22
O PRÓXIMO DIA 5 DE JUNHO É A OPORTUNIDADE DE UMA MOÇÃO DE CENSURA AO SISTEMA POLÍTICO/PARTIDÁRIO DE PORTUGAL!
Não devemos ter ilusões sobre as actuais iniciativas de consenso.
As mesmas não se destinam à defesa dos interesses de Portugal mas sim garantir que os acordos que serão formalizados com o FMI, serão cumpridos sem constrangimentos.
Se os políticos/governantes, para além da sua carreira, nunca se preocuparam com o país porque haveriam de se preocupar agora?
Se não se revê no actual espectro partidário PORQUÊ OPTAR PELO MAL MENOR?
Não temos que nos conformar com sucessivas gerações de políticos/governantes - hábeis na gestão dos seus activos e estranhamente incompetentes na defesa dos interesses públicos, e no final somos todos nós que temos que pagar a factura.
Vivemos num estado de direito em que a democracia é representativa.
Mas afinal quem são os “nossos” representantes e a quem prestam contas?
Para uma sociedade verdadeiramente democrática os partidos políticos são essenciais, mas por isso temos que aceitar que “parasitem” o país?
O sistema político actual lamenta o abstencionismo mas nada faz para o contrariar, de facto beneficia com isso!
Quem passa uma procuração a um representante em que não confia?
São legítimos representantes por omissão!
É tempo de dizer BASTA!!!
Ao contrário da abstenção, que é a renúncia a um direito, o voto branco tem que contar!
É a manifestação de uma vontade de mudança da qualidade da democracia no nosso país.
Como Portugueses temos o direito de ser governados pelos melhores dos nossos pares e se os partidos políticos são incompetentes, é obrigação do Presidente da República garantir que isso acontece de facto!
Com uma maioria absoluta de votos brancos será necessário um governo efectivamente de consenso, preferencialmente independente, sem clientelas... o parlamento reduzido à sua expressão essencial: legislar e fiscalizar a acção governativa!
Vamos por à prova a nossa democracia de 37 anos e exigir ao Presidente da República que coloque em prática a magistratura activa e suspender a espera tranquila de mais uma reforma dourada!
NÃO HESITE, NO PRÓXIMO DIA 5 DE JUNHO VOTE EM BRANCO!
De scrub a 28 de Abril de 2011 às 20:39
sei de quem me garante que eles não têm qualidade porque são recrutados entre todos nós. eu atrevo-me a ir mais longe e digo que para além disso é feita uma triagem que selecciona as quartas escolhas (estou a tentar ser simpático) para chegar ao topo como perfeitas marionetas. enquanto que a nossa nata, as nossas elites intelectuais, os nossos melhores valores são cuidadosamente afastados das responsabilidades de decisão. quem deixou o país chegar à falência não fazia a mínima ideia do que estava a fazer, apenas se limitou a executar o que lhe era solicitado ou pior e sabia quais eram as consequências e mesmo assim não teve qualquer peso de consciência em perpetrar inconsequentemente!!!!! há um pormenor na tolerância de ponto que significa que os departamentos funcionam a cinquenta porcento e não fecham a porta como aconteceu na quinta feira Santa no ministério das finanças!!!!! isso não é tolerância, isso é feriado!!!! eu por mim sou do partido dos animais, o partido que mais se identifica comigo!!!!!!
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