Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007
A questão principal será tentar perceber como começam, com que base, com que estrutura, com que regras...
Por muito frio ou feio que isto pareça, as relações são contratos. Com cláusulas específicas, definidas por cada um dos outorgantes. Quando estas cláusulas são desrespeitadas, começa o fim.
Aparentemente parece simples! Eu mostro o meu contrato com as minhas cláusulas, o outro faz o mesmo, encontram-se todas as exigências e faz-se um contrato mútuo que aos dois agrade. Ambos concordam com as regras e ambos estão dispostos a cumpri-las. Nada mais fácil, não é? Nah!...
Feliz ou infelizmente – dependendo do ponto de vista – o ser humano é rebelde. Inconformista. Dado à mudança. E como tal, não consegue viver muito tempo com regras. Ainda que, estas tenham sido estabelecidas por si ou com o seu acordo prévio.
Existem aquelas regras básicas das relações que por uma razão de lógica nem precisariam entrar nos contratos. Mas, pelo sim, pelo não, é melhor incluí-las... não vá a outra parte achar “... ah e tal... não consta no contrato que não posso dar umas voltinhas por fora, por isso vou aproveitar...”. Vá lá, ó amigo, tenhamos termos...
Temos de ser honestos!
Embora pareça mal impormos e expormos todas as nossas regras e todos os factores, que do nosso ponto de vista, possam prejudicar o bem-estar da relação, é fundamental que o façamos. Explicarmos muito bem para que o outro outorgante entenda, é poupança de chatices futuras e quem sabe, de uma separação mais dolorosa, com o corte ao meio daquele CD especial com as músicas do coração de ambos, expropriação dos locais onde ambos foram felizes, divisão dos grãos de areia da praia onde passaram aquela tarde especial.
As relações só acabam porque uma das partes se esqueceu do contrato. E quando assim é, é porque já não existe interesse em cumpri-lo. E o melhor é deixar ir a parte (des)interessada... ficando nós, apenas com o sabor do dever cumprido.
TNT
Sexta-feira, 16 de Março de 2007
Atendo uma chamada não identificada no meu telemóvel...
- Tou?
- Tou é a XXX?
- Sim... diga
- Ó minha ganda pu*a, então andas metida com o meu marido?
- Ó querida, a menina vai ter de ser mais explícita... quem é o seu marido?
- Ainda por cima goza, esta va*a...
- Pois minha querida é que como ando com vários, é possível que ande também com o seu. Se tiver a gentileza de me dizer quem é...
- És mesmo pu*a! Como é que é possível...? (por esta altura já chora)
- Claro que sou, é verdade. Aliás se fosse certinha não andava com os maridos das outras e se calhar nesta altura andava a telefonar a outras gajas a insultá-las... Tenha uma boa tarde sim? E olhe, não chore que faz mal à pele. Rugas...!
Suponho que este telefonema tenha tido origem numa infeliz que anda a divorciar-se de um velho amigo meu, que o persegue e como ainda recebe as facturas detalhadas no antigo ninho de amor, vê a quem ele telefona e pimba, vai disto. Enfim, figuras tristes...
Esta criatura pertence a uma família muito chique, endinheirada e cheia de pergaminhos. Calculo que tenha tido alguma educação. Mas nada disso tem importância face ao enorme descalabro que é o de perder o seu “hóme”... Lá estala o verniz, lá se vai o chá, o bule e o abafador. Não há rituais que se salvem e a família que se lixe! O que interessa é fazer escândalos e gritar a plenos pulmões a nossa desgraça para que todo o mundo se compadeça da nossa triste situação de mulheres abandonadas...
Arrrrgh... Que vergonha! Não é nada comigo mas ruborizo de vergonha! Pela minha condição de mulher. Por saber que temos muitas vezes má fama, por causa de cenas infelizes como esta. Por hoje ter ouvido uma história de uma que engravidou para casar com... Por ter sabido de outra história de uma, cujo casamento já estava mais para lá do que para cá e vá de engravidar também. Por algumas mulheres usarem as armas mais primárias e vulgares para sacarem mais uns momentos.
Às vezes é triste ser mulher... Mas quando penso na alternativa... bem afinal se calhar não é assim tão triste!
TNT