Num dos meus já famosos e inflamados discursos patrióticos alguém comenta: eh pá tu devias escrever um manifesto sobre a alma e genialidade portuguesas.
Nem a propósito, parece que o Mundo das Mulheres vai ter um programa subordinado ao tema “Genialidade Portuguesa” na próxima sexta-feira. Não sei se é só para fêmeas ou se também inclui o macho lusitano. Para quem tem Meo é pôr já a gravar. Para quem não tem, azarito. Venham as VHS!
Este é um tema que, para quem foi emigrante como moi même, toca muito especialmente. Eu adorava ouvi-los dizer que se tivessem vários candidatos para uma função, com a mesma experiência profissional optavam sempre pelos portugueses. Porque estes tinham um je ne sais quoi (leia-se famoso desenrascanço tuga) que em momentos de crise, a solução arranjada por este nobre povo era sempre a mais viável e simples de aplicar.
A única coisa que lamento profundamente é que esta genialidade só seja evidente “lá fora”. Parece que enquanto estamos por cá temos mais tendência para nos queixarmos e encostarmos. Agora ando fã da Elvira Fortunato. Fico muito orgulhosa por pertencer à mesma nação valente que esta senhora. Já não me orgulho tanto quando vejo toda a gente a lamentar-se.
Em tempos de crise e entalados pelos “nuestros hermanos” decidimos ir laurear a pevide para outras paragens. Agora estamos outra vez em crise. Será que conseguimos provar novamente que somos mesmo bons? Neste momento já andamos a vender energia aos americanos... e esta hein? Será que vamos voltar a ser donos de meio mundo? Não era nada mau, pois não? É que o irritante da história é que podemos fazê-lo, mas não queremos...
Elevemos a alma portuguesa, porque o Quinto Império continua à nossa espera! Nós é que não podemos esperar mais...
No Quinto Império que sonhou,
sonhava o homem lusitano à medida do mundo.
E foi ele o pioneiro.
Original no ser universal...
Misto de génio, mago e aventureiro.
Miguel Torga, in Poemas Ibéricos
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