Tenho uma amiga que diz que os males dos mundo surgem, na sua maioria, por causa de mal-entendidos. Poderá ter razão, mas eu acrescentaria que é preciso vontade para dar o braço a torcer e admitir que poderemos ser a origem dos mal-entendidos.
Nas relações – sejam emocionais, sociais ou profissionais – é preciso estarmos sempre atentos, não só aos erros dos outros, mas também aos nossos. E embora tenhamos quase a certeza de que estamos certos, não devemos ter sempre certezas absolutas como aquele senhor que nunca errava e raramente tinha dúvidas.
Eu, não sendo a pessoa mais paciente deste mundo, faço-me rodear de pessoas sensatas que me abrem os olhos quando a teimosia e o orgulho me impelem a ver apenas numa direcção.
Pedir desculpas pode ser um acto de uma nobreza enorme. Mas não pode ser sistema. Que isto de andar sempre a fazer merda e depois pedir perdão, pode ser muito giro para as religiões, mas para o dia-a-dia, vão-se mas é catar!
As pessoas devem pensar primeiro e só depois falar. Devem pensar antes de fazer. Devem pensar. Que é uma das poucas capacidades que nos distinguem dos animais.
As meninas têm por hábito começar a namorar mais cedo que os rapazes. Eles só pensam em jogar à bola/playstation/correr feitos estúpidos/…, enquanto que elas pensam que vão casar aos 15 anos com os seus príncipes encantados por causa da literatura Danielle Steel e dos filmes manhosos de domingo à tarde da TVI que consomem.
Consequentemente, arranjam sempre uns namorados mais velhos do que elas porque não têm outra hipótese. Apaixonam-se, constroem castelos e acham que é para toda a vida…
Pois, não é! Há umas que percebem que afinal aquilo apenas é o princípio de uma jornada. Outras ficam com os seus amores da secundária durante anos e anos. E perdem tudo o que a vida tem para lhes dar nessas idades. E que depois irão tentar recuperar fora de horas...
A adolescência/pré-adulta deve ser uma idade de experimentação. Nada de namoros prolongados. Nada de dramas ou sofrimentos. Experimentar e seguir para outra deve ser o caminho a traçar. Afinal, a fase 15-25 não tem comparação com nenhuma outra em termos de inconsciência, energia, curiosidade ou hormonas aos saltos. É a fase de aprendizagem onde se apreende algo do que se quer e, sobretudo, do que não se quer.
Dos 25 em diante, a coisa começa a clarificar-se e inicia-se o tal desejo de constituir família. Meninas, quando esta fase começar, sentem-se muito sossegadinhas porque acaba por passar! Àquelas que não conseguiram ficar sossegadas, paciência. Também, o mundo tem de ser povoado e as empresas de catering têm de ganhar algum com os casórios.
Chegando aos 30 e picos a vida fica clarinha que nem cristal! Percebe-se que afinal aquele gajo não era bem o que se queria e que as crias só ocupam espaço e tempo. O sexo não é o mesmo e muito menos com a mesma frequência, o tempo de lazer não existe, as horas de sono são uma lembrança longínqua e as contas dos colégios, uma constante mensal! As mulheres começam a acordar e a perceber que a vida tem de ser mais do que aquilo.
Quando se aproximam dos 40 voltam à adolescência no que toca à excitação. Agora com outra sapiência, paciência e ciência. A vontade de experimentar outras coisas mais interessantes torna-se irresistível. O apelo da carne tenrinha é um canto de sereia. O sexo é imperativo a par com o divertimento. A diferença em relação à adolescência é que já não há secundária, nem borbulhas, nem dramas. Selecciona-se o que é bom e esquece-se o que não interessa.
E como diz uma amiga minha “Se não me lembro é porque não aconteceu!”
TNT
Os fins são tristes, mas libertadores.
Resolvem muitas coisas, dão-nos ímpetos desconhecidos e conduzem-nos a descobertas ímpares. Quanto mais difícil o fim, mais fácil será o princípio seguinte.
Os fins não nos afastam. Aproximam-nos de nós próprios. Alimentam-nos a alma quando esta está, afinal, vazia. Os fins podem ser apenas fins da desgraça. Princípios de alegrias. Mas são sempre tristes. Sempre difíceis. Muitas vezes inesperados. E outras vezes imerecidos...
TNT
Estou cansada. Tenho as pálpebras pesadíssimas a quererem cair. Mas não as posso deixar cair. Aparecem logo umas imagens pouco próprias para uma donzela imaculada. Entram sem pedir licença, as grandes doidas. Que me fazem respirar fundo. E suspirar ainda mais fundo.
Vejo-te a olhar para mim com ar extasiado. E vejo-me ali a querer que nada daquilo acabasse. Vejo-me a medir o tempo descontrolado. E depois deixo de ver. Fica só o sentir. E é aqui que as coisas se complicam. Os lábios teimam em ficar dormentes, a respiração mais difícil e o sangue passa pelas veias mais espesso do que o costume. O ar é tramado. Faz falta, embora não o queira ali a interromper. Ok, a coisa complicou-se mais. Já não quero saber do tempo. Nem de nada. Só quero que este momento não desapareça.
Cheia de calor por dentro e por fora e a sentir o teu. A tua pele… ai, ai, a tua pele. Havia muito para falar sobre os benefícios da tua pele. O toque. O cheiro. Mas não posso. Estou a trabalhar, a coisa pode descambar e isto é um open space!
TNT
Num jantar de amigos fala-se de promiscuidade. Aparentemente, cada pessoa tem a sua noção de promiscuidade, conforme os seus interesses. Na minha acepção, ser promíscuo é ser-se indefinido, incerto, misturar tudo e não decidir nada. É agradar a gregos e a troianos e fazer pactos com deus e com o diabo. É dizer-se de esquerda e votar à direita, é ser-se filiado no CDS e conselheiro de Francisco Louçã. É ter duas, três, quatro pessoas ao mesmo tempo, é saber gerir uma agenda de conflito com mestria de MBA. É ser-se católico praticante e adúltero. É caminhar de A para B e de B para A, fazendo algumas visitas guiadas ao resto do abecedário, incluindo o K, W e Y. E voltar para A. E depois para Z.
“És uma falsa promíscua” – diz-me o único homem presente na mesa.
Enganam-se. Não sou sequer promíscua. Não tenho coração nem estômago para isso. Sou observadora, estratega, caçadora e temerária. Faço o que digo. Digo o que faço.
Sou uma desbocada. Sou, talvez, doida. E não sou moralista. Não faço juízos. Não critico. Sou (quem sabe?) insustentavelmente leve.
TNT
Ao passear pelas redes sociais deste mundo virtual, verifico que as pessoas mostram os álbuns de família sem quaisquer pudores ou receios.
Da criancinha no bacio, à criancinha junto da escola devidamente identificada, da criancinha à porta de casa dos avós até à criancinha na praia de férias com a família, todos estes pormenores podem ser utilizados por mentes menos bem-intencionadas.
Sei que as pessoas têm imensa necessidade de se mostrarem. Imensa necessidade de protagonismo. Mas será que não podem reservar esse protagonismo para si próprias e deixarem as criancinhas em paz? Quando as ditas crianças crescerem logo decidirão se querem expor-se ao mundo inteiro. E, principalmente, quando já tiverem idade e físico para fugirem ou pregarem um par de murraças a quem as tente assediar.
Vejo grandes preocupações entre os pais, tios, avós em protegerem os petizes das suas famílias. “Não fales com A ou B, não aceites coisas de estranhos, vou buscar-te à escola às 16H00 em ponto, mas, entretanto, se não te importas, pespeguei uma foto tua na minha página na net com a legenda ‘Praia das Maçãs – as eternas férias em família’ a que podem aceder milhões de pessoas, algumas delas pedófilas. Não há problema, pois não?”.
Alguém me explica?
TNT
Tenho um amigo que vive nos EUA há uma série de tempo. Para mais de 20 anos. Como já vive há mais tempo nos EUA do que viveu cá – embora continue a falar correctamente português sem qualquer sotaque – está distante da realidade e “aventuras na república portuguesa” como diria esse monstro da literatura que eu muito aprecio.
Uma das coisas que ele nota no nosso comportamento e que diz que é recorrente é a expressão: “Eh pá… isso é muito complicado”. Diz ele que é uma das frases que mais ouve e estranha em Portugal.
E se repararmos bem, podemos verificar que ele está coberto de razão. A complicação está de pedra e cal e instituiu-se de uma forma quase absurda. Tudo é uma complicação. Tudo é difícil de resolver. Qualquer processo é estupidamente burocrático. Mas será que a realidade é mesmo esta ou a complicação alojou-se na cabeça das pessoas? Se dissermos que é difícil e complicado, será que esperamos que nos dêem mais valor por termos conseguido alcançar um objectivo ou ultrapassar um desafio?
A verdade é que a vida se tem vindo a simplificar. Tudo caminha para isso. Creio que as pessoas é que insistem em manter-se no mar da complicação para, na sua avaliação diária, como seres humanos, profissionais e emocionais, andarem sempre entre os 16 e os 20 valores. Porque ninguém suporta um 9 ou um 10 na sua própria avaliação.
A maioria das pessoas centra-se nos problemas em vez de se centrar nas soluções. Os problemas suscitam interesse, cusquice, vitimização, pena. E parece que o português típico gosta destas coisas.
As soluções dão trabalho, mas a verdade é que dão muito menos trabalho que a obsessão pelos problemas. Consomem menos, causam menos rugas e sobra-nos tempo precioso para todas as coisas que gostamos de fazer, mas para as quais “nunca temos tempo”…
TNT
Bem que ouço falar da crise!
Bem que vejo todos os dias na Sic Notícias, economistas de renome a falarem de recessão.
Bem que leio aqui no éter sobre a malfadada crise.
Eh pá... mas saio à rua e não vejo nada disso! Serei eu que estou a ver o mundo ao contrário ou a crise não entrou nos lares dos portugueses?
Entre dia 1 e 25 de Dezembro foram levantados das caixas multibanco portuguesas uma média de 7 milhões de euros por hora! Sete milhões?? Por hora?? Está tudo doido?
Os voos para o Brasil, Caraíbas, Cabo Verde e Funchal esgotaram, bem como os hotéis, nestas férias de Natal. Os agentes de viagens estavam radiantes com o crescimento relativo ao ano passado. Pudera! Numa altura de crise anunciada, trocaram-lhes as voltas para melhor! Há sempre que contar com a inconsciência portuguesa...
Oh meus amigos... será que só eu é que tenho visto e ouvido as notícias sobre a recessão que se avizinha em 2009? Será que ninguém vê o que se está a passar nos EUA, a maior economia do mundo? Será que ninguém pensa numa poupançazita, não vá o diabo tecê-las? Ou será que os portugueses insistem em pedir empréstimos às cofidis desta terra para irem numas “férias merecidas” passar o fim-de-ano ao ritmo do samba?
Sei que os portugueses se queixam, pois vejo-os nas reportagens nos centros comerciais cheios de sacos de compras. A comprarem alarvemente e a queixarem-se... Sim, vi. Ninguém mais viu isto? Serei eu a única a ter tv, rádio, Internet e jornais?
O que é que se passa neste país inundado de novos-ricos que depois só comem sandes e latas de atum em casa? Mas têm grandes carros e andam com eles. E passam grandes férias no período de Natal. E oferecem grandes presentes aos miúdos para mostrar aos outros que estão bem na vida. Será que não percebem que os putos pequenos se estão completamente a borrifar se as calças são do Continente ou do Tommy? Se o casaco é do Feira Nova ou da Gant? Estão-se nas tintas! Já os paizinhos...
Este Natal gastei 1/5 do que gastei no ano passado em presentes. Achei que as pessoas iam perceber. Felizmente, as pessoas à minha volta perceberam. Não vejo é o povinho que se queixa diariamente, de médicos a professores, de pilotos a funcionários públicos, a gastarem menos do que no ano passado. Vejo-os a gastarem à parva e a queixarem-se. É o que vejo...
Mais uma vez pergunto... está tudo doido??
TNT
Antes de mais, quero justificar a minha ausência da blogosfera.
Perdi a minha alma, a minha casa, o meu amor, fiquei sem emprego e sem capacidade para dizer fosse o que fosse, a não ser tristezas. E como este meu alter-ego – TNT – não se rege por tristezas, decidi escrever só quando recuperasse alguma das coisas que perdi. E creio que recuperei a vontade de escrever.
Dito isto, vamos falar de política!
Setôres – The sequel
Já aqui falei da minha opinião acerca dos professores e das suas manias de quererem tudo sem dar nada em troca. Todos dizem que querem ser avaliados e tal, mas todos recusam o modelo de avaliação. Como também já disse anteriormente, acho que os professores deveriam ser avaliados por auditores externos e sem contemplações. Mas, no fundo, no fundo, a minha opinião é que os professores gostam é de fazer manifestações para pularem e gritarem e cantarem e depois irem para os copos para o Bairro Alto que fica mesmo ali ao pé da "mánif".
BPN – A vergonha
Os senhores que têm passado pela administração deste banco – que mais parece um acampamento de ciganos no sentido mais pejorativo do termo – têm todos no seu CV a passagem por governos do actual Presidente da República. Ai que vergonha... uma pessoa tão séria, cheia de pergaminhos, que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. O que me leva a concluir que para se ser um competente burlão da banca, tem de se ter sido um competente burlão governamental. Quanto a isto, creio que não restam muitas dúvidas...
Que eles sejam todos presos para ver o que custa a vida, estou completamente de acordo. O que não concordo nada é que tenham sido salvos pelo Estado. Eh pá, isso é que me tira do sério! Subprime para aqui, crise mundial para ali e acabaram por ser integrados e salvos pelo actual governo. Mal, muito mal.
Acho que o BPN devia ir para o buraco infecto onde se enfiou. Acho, também, que os clientes deviam ter tido mais discernimento e, quanto mais não fosse, interrogarem-se porque é que este banco dava mais benefícios que todos os outros. Será que teriam melhores gestores que o resto do mundo? Hum... fraquinha a justificação. Já tivemos a experiência da D. Branca há uns anos, por isso, ninguém pode alegar desconhecimento de como se processam estas coisas.
O que eu sei é que depois do BPN, não me admirava nada ver à frente dos desígnios de outras entidades bancárias semi-obscuras, figuras como Santana Lopes, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro ou Alberto João Jardim.
A meu ver, qualquer um deles preenche os requisitos necessários...
TNT
Tenho um amigo que tinha um blog onde escrevia as suas reflexões, desabafos, opiniões, pautado por algum sentido de humor e cariz algo provocatório. Passado um tempo, desistiu de escrever por dizer que já não lhe dava prazer, uma vez que tinha de medir sempre muito bem as palavras, pois as pessoas conhecidas achavam sempre que as missivas do blog tinham que ver com elas. Havia sempre alguém que se sentia atingido, reflectido e visado. Ele deixou de escrever durante mais de um ano e recomeçou recentemente após os ânimos terem acalmado e os espíritos mais inseguros terem sossegado.
Então não é que, subitamente (ou não), me começou a acontecer o mesmo? Não é que soube que algumas pessoas que conheço desataram a identificar-se e a rever-se nos meus textos e acham que estes não passam de provocações aos próprios?
É porque, de facto, não me conhecem. Porque, se me conhecessem, saberiam que eu não me escudo atrás de um blog. Quando tenho algo a dizer, digo! Nas circunstâncias que considero adequadas ou, então, escrevo directamente aos visados!
Quase todos os que me lêem aqui conhecem o meu outro blog que tem por objectivo abrir mentalidades de uma forma provocatória e humorística. Fala dos novos papéis da mulher e do homem, nesta nova era que vivemos. E não é que, pessoas de 60 anos se sentem visadas? Enfim... no mínimo ridiculo.
Julgo que as pessoas se dão muita importância... Acham sempre que, bem ou mal, estamos permanentemente a falar sobre elas. Ou julgam ter mais importância do que a que realmente têm ou, então, têm a mania da perseguição e passam a vida em teorias da conspiração. Olhem lá seriamente para as vossas vidas... Será que vêem algo divertido que possa ser retratado? Sinceramente? Acham mesmo que vale a pena alguém escrever alguma coisa acerca das vossas vidas?
Por favor, reduzam-se à vossa real insignificância... e se, por acaso, algum dia, tiverem algo de interessante a acontecer nas vossas vidas, não se esqueçam de me notificar e pode ser que, nessa altura, talvez, venham a ter a importância que imprimo aos casos que publico. Seja para o bem ou para o mal...
TNT
Nota: Post dedicado àqueles que julgam ser melhores do que são na verdade. Eles sabem quem são!! Hein, grande sorte terem sido falados!
. Eh pá... isso é muito com...
. Prato do dia: Crise à Por...
. Somos mesmo muito importa...