Como alguns saberão, tive a infelicidade de trabalhar durante uns tempos em território inimigo: Espanha.
Fugi assim que pude. Como diabo da cruz. Como francês do banho. Como funcionário público do trabalho. Estão a ver a velocidade, certo?
Hoje em dia, trabalho na PT. A maior empresa portuguesa. A maior empregadora (ou das maiores) de gente licenciada e não licenciada.
E achei que a coisa aqui era "giripollas free". Mas, pelos vistos, enganei-me.
Uma das coisas que considero que os espanhóis têm em excesso e que nós temos em débito é o espírito nacionalista. Eles acham que tudo o que é espanhol é bom, nós achamos que tudo o que é português é, no máximo, 'razoávelzinho'. Eles acham que tudo o que é estrangeiro é mau e para aniquilar/espanholar, nós achamos que é tudo fantástico e para consumir em barda.
A PT é boa e quer expandir-se como outros portugueses fizeram há cinco séculos atrás. Mas os senhores do baldio aqui do lado não querem. Querem apoderar-se da maior empresa portuguesa. E a seguir? Será a EDP, a GALP?
Este é um assunto que nos diz respeito a todos.
Se estou mais preocupada porque trabalho aqui? Pode dizer-se que sim! Mas o meu grau de preocupação seria idêntico se a ameaça de OPA hostil estivesse a ser colocada a outra grande empresa portuguesa com possibilidades de expansão internacional e da qual dependem milhares de famílias.